PLENÁRIO DA CÂMARA DE INDIARA SE TRANSFORMA EM PALCO DA LUTA CONTRA O FEMINICÍDIO


O Plenário Carlos Gomes Dantas da Câmara Municipal de Indiara foi o epicentro de um debate fundamental nesta semana, ao receber ativistas dos direitos das mulheres. Durante a 2ª Sessão Ordinária de Dezembro, o espaço foi dedicado a amplificar a voz dessas representantes da sociedade civil, que vieram reforçar a urgência da luta contra a violência de gênero e, em particular, o feminicídio.

O encontro marcou um momento de aproximação e compromisso mútuo entre o poder legislativo e a comunidade. O ponto central da discussão foi a Moção de Apoio 001/2025, que expressa o suporte da Câmara à “Luta das Mulheres Contra o Feminicídio”, proposta pela Vereadora Professora Luciana e aprovada por unanimidade, com o apoio do Presidente Dr. Hélio Júnior, da Vereadora Janisley Ferreira e do Vereador Elias Faria.

Entre as vozes que trouxeram a realidade da luta para o plenário, destacaram-se a Técnica de Enfermagem Ivonete, a Professora Zilma e a Professora Regina, que trouxeram falas emocionadas e incisivas:

Os Clamores pela Dignidade e Liberdade

FOTO: GUILHERME RAMOS

A Técnica de Enfermagem Ivonete, representando as mulheres que vivem o medo diário, enfatizou a dimensão da tragédia e o que elas realmente buscam:

“Quando a gente fala que quando uma morre, todas morremos, é porque a gente morre um pouquinho mesmo… Hoje nós estamos aqui para dizer que nós queremos diferente. Nós queremos viver com dignidade, liberdade. Liberdade de falar, liberdade de nos vestir, liberdade de estar em casa, de sair na rua sem medo e liberdade também de dizer… que nós somos mulheres e queremos ser respeitadas como mulher”

A Professora Zilma, por sua vez, destacou a desolação que a violência traz ao ambiente que deveria ser o mais seguro:

“É muito triste quando nós assistimos aí no noticiário uma mulher ser agredida, seja pelo fim de um relacionamento, seja aquele lugar, como nós ouvimos, o lar, né, que a gente espera que ali seja um lugar de acolhimento… Precisa ter um olhar diferente, né? Chega de mulher morrer porque não quer mais namorar.”

Já a Professora Regina trouxe a reflexão sobre a falta de diálogo e a urgência de agir:

“E dói saber que nesse ponto com nosso companheiro não há diálogo. É muito triste. E realmente a gente traz essa tristeza porque há milênios estão matando mulheres porque elas são mulheres. E a gente olha em volta, a gente não vê outro motivo. Se eu fosse um homem, eu não teria morrido.”

O encontro sublinha a importância da participação popular nas decisões que afetam diretamente a vida dos cidadãos. A iniciativa da Câmara de Indiara, ao abrir suas portas e ouvidos para as ativistas durante a sessão ordinária, reforça o papel do legislativo como um canal de transformação social e um aliado essencial na construção de uma comunidade mais segura e igualitária para todos. A expectativa é que esse diálogo continue e se traduza em ainda mais ações e políticas públicas em benefício das mulheres de Indiara.

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